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Arquitetos: Valdemar Coutinho
- Área: 1663 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:João Morgado
Descrição enviada pela equipe de projeto. O edifício está localizado junto à Avenida do Atlântico em Viana do Castelo, avenida orientada ao mar, na qual estão construídos uma serie de edifícios, que numa primeira impressão, a frente urbana, na qual está inserido o edifício, transmite-nos uma imagem um pouco insípida devido a natureza dos programas e opções tomadas nos seus projetos. Característica que se tornou uma mais-valia na conceitualidade do projeto do Pavilhão do Atlântico.
Para além da necessidade da Câmara Municipal de Viana do Castelo de possuir um Pavilhão Desportivo, para dar apoio à escola EB 2,3 Pedro Barbosa e em complementaridade ser utilizado pela comunidade poder desenvolver varias modalidades, esteve principalmente subjacente nos objetivos do Município, ampliar a possibilidade da população ao acesso à prática de atividades desportivas em instalações cobertas, e colmatar uma deficiência na oferta pública deste tipo de infraestruturas, reforçando desta forma o equilíbrio entre a procura e oferta desportiva.
Devido a necessidade de um forte controlo financeiro e de dotar o edifício de infraestruturas pensadas para uma manutenção futura de fácil acesso, o custo global da obra foi cerceado num valor pré-estabelecido pela Câmara Municipal de Viana do Castelo. Exigências que se tornaram num verdadeiro desafio na forma de pensar para responder ao solicitado. Daí também surgir no projeto a utilização de uma imagem brutalista sem ser levado ao extremo, perceptível nos balneários e campo de jogos.
Foi neste intuito que Valdemar Coutinho Arquitectos idealizou um Pavilhão, refletindo as várias exigências programáticas e orçamentais com uma imagem dinâmica apelativa e humanizada, minimizando o impacto comum nestes tipos de edifícios.
Face a exiguidade do terreno, o projeto ocupa praticamente toda a área. O dimensionamento do programa foi desenvolvido num piso ao nível do rés-do-chão com uma área de arrumos secundária no andar.
A superfície de prática desportiva é de 650 m2 (essencialmente para jogar voleibol e basquetebol) com um pé-direito de 7,50m, com 4 blocos independentes de Vestiários/Balneários, 2 blocos para os atletas, cada um com capacidade para 15 a 20 praticantes e os outros 2 para os treinadores/árbitros.
Na união dos dois corpos desenvolve-se a entrada principal, podendo aí permanecer mais de 50/80 pessoas até alcançarem os lugares sentados. Nesta rótula de união em torno da entrada, foram dimensionados uma Receção, um Posto de Vigilância, uma cafeteria que funciona pontualmente em função da necessidade, Áreas de Apoio Técnicas, Instalações Sanitárias do Público masculino, feminino e de mobilidade reduzida.
O pavilhão volumetricamente, em termos gerais, é composto por 2 corpos paralelepípedos (corpo nascente e poente), implantados perpendicularmente entre eles, formando no seu todo um volume único de linhas dinâmicas e sóbrias. O edifício apresenta predominantemente dois materiais de acabamento, o betão aparente e uma placagem de pedra grampeada cinza-azulada.
A tonalidade geral do edifício é um cinzento, que nos faz lembrar um belo mar cinzento de igual modo no hall de entrada temos vários painéis de azulejo em relevo cinza, alusivos aos crustáceos e algas das praias de Viana do Castelo, executado pelo artista plástico Mário Rocha.